A Geremíades, de Luiz José de Brum, meu querido pai.

Este poema meu pai o escreveu quando estive em coma, 

ele estava muito triste e desabafou dessa forma:

"Nestes meus versos

não faço questão de rimas

nem de ritmo ou métrica

nem de regras de fonética

só quero me desabafar

da dor que mora em meu peito

que doutra forma ou jeito

iria se arrebentar.

Quando lá no céu

as estrelas estão a luzir

para muitos é sorrir

e para mim é chorar, por que

em meu peito tinha

muito amor para dar

que compreendido não foi não

e por isso virou confusão

e também muita dor.

Hoje lamento e choro

mas meus bons atos não deploro.

Nem que piegas pareça para alguém

não me incomodo também

nem que me chame de Geremias

e meus versos de geremíades

e deles façam piadas

contudo busco a felicidade

neste desabafar.

Quem sabe se um dia

As estrelas que para mim

choram a luzir

um dia para mim venham a sorrir"?

 De Luiz José de Brum, meu amado papai.

Um abraço de Maria Teresa