A casa vazia de Luiz José de Brum, meu querido papai.

Bosque da Princesa em Pindamonhangaba

Foto de Maria Teresa

Texto escrito por meu dileto pai, lá pela década de sessenta e tão atual até hoje.

          Um abraço carinhoso,Maria Teresa

"Você já viu uma casa vazia?

Talvez você diga que sim, mas eu posso lhe dizer que

nenhuma casa fica vazia por muito tempo.

O máximo que você poderia dizer é que a casa não

é habitada por seres humanos, por que ela é agora

habitação de ratos, morcegos, baratas e outros bichos

repugnantes.

Assim é também o coração do homem, nunca fica vazio

ou está cheio de coisas boas ou ruins.

É preciso enchê-lo de coisas boas.

Eis aí um trecho do Evangelho que mostra o resultado

de uma casa vazia, o coração do homem: quando o espírito

imundo saiu de um homem e anda por lugares áridos, buscando

repouso, mas não acha.

Diz então: voltarei para minha casa de onde saí.

E quando volta, acha desocupada, varrida e ornada.

Então vai e toma consigo sete espíritos ainda piores

que ele entra e ali habita e o último estado daquele

homem torna-se pior que o primeiro (MT, 43-45).

Nunca haverá casas vazias, por muito tempo.

Ela será habitada por seres humanos ou por pragas.

Nunca haverá coração vazio, ele estará cheio de coisas

boas ou ruins ou com as duas.

Meu amigo, você quando assiste a um espetáculo, ouve

conversas ou lê um livro você está enchendo a sua

casa, o seu coração com coisas boas ou más.

É bem triste encher o coração com pestilência.

É impossível que ouçamos coisas boas ou só vejamos

coisas dignas, mas é possível rejeitá-la.

É impossível que nunca sejamos tentados, mas sabemos

que ninguém é tentado além das suas forças.

Por isso precisamos vigiar e lutar e nisso está o mérito,

mas não basta que evitemos as coisas más é preciso que a

enchamos de coisas boas.

Enchamos com a Palavra de Deus.

Então nossa boca falará de Deus e de suas maravilhas".
           de Luiz José de Brum, meu papai